sábado, 26 de novembro de 2011

2012, o ano em que o Android vai invadir as empresas?

Especialistas indicam que aparelhos que rodam o sistema ingressarão nas companhias por meio dos profissionais. No entanto, cresce preocupação com segurança.

Para os CIOs, 2012 será um ano de grande oportunidade e, ao mesmo tempo, riscos à medida que dispositivos móveis equipados com Android invadem as empresas, dizem especialistas em mobilidade. Os executivos de TI estarão no auge da pressão dos funcionários para que a área de tecnologia suporte a chegada de novos dispositivos de consumo que podem não estar prontos para acessar a rede corporativa.

A grande razão para que os funcionários pratiquem a consumerização e levem para a companhia dispositivos que rodam Android e iOS é porque eles sabem que podem executar melhor o trabalho com esses equipamentos. Diante desse quadro, os CIOs vão acabar com a resistência e ver que essas tecnologias são oportunidade para romper as armadilhas técnicas que têm isolado por décadas a TI dos negócios.

"Alguns de nós vai dizer adeus aos velhos tempos”, afirma Aaron Freimark, diretor de TI da Apple Tekserve, empresa de serviços que ajuda companhias que fazem parte da lista da Fortune 1000 a adotar iPads. "Agora somos capazes de permitir que pessoas sejam produtivas com a tecnologia”, comenta.

Nas companhias, dispositivos com sistema operacional Android estão seguindo a mesma trajetória do iPhone. O fornecedor de dispositivos móveis MobileIron conquistou mil clientes corporativos nos últimos dez meses. Pelo menos 50% deles está implementando dispositivos Android, principalmente em programas piloto. Hoje, a Apple afirma que nove em cada dez organizações que fazem parte da Fortune 400 estão adotando ou testando iPhones e iPads.

"Como as empresas se preparando para 2012, esperamos aumento da pressão por adotar Android", diz Ojas Rege, vice-presidente de produtos da MobileIron. "Haverá aumento de dispositivos Android. Eles vão invadir a empresa após as férias e deverá ter um pico no segundo semestre do ano, época em que os dispositivos recebem atualização das fabricantes.”

Ou seja, os donos de Android vão ajudar a empurrar os dispositivos equipados com o sistema para adoção em larga escala no próximo ano nas empresas. Essa onda levanta uma questão: os dispositivos Android estão prontos para mergulhar no mundo corporativo?

Malware móvel
A abertura da plataforma Android, juntamente com outras particularidades do sistema operacional, dispositivos de hardware e configurações de operadora formam terreno fértil para o malware - apesar das contestações de Chris DiBona, gerenciador de programas open source do Google.

A Trend Micro, por exemplo, registrou aumento 1410% no número de ameaças Android de janeiro a julho deste ano. "O Android tornou-se imã de malwares", escreveu o blogueiro Constantine von Hoffman para a CIO.com.

O CTO do Good Technology, Nicko van Someren, prevê que o iPhone da Apple, muitas vezes anunciado como livre de malware, também será alvo de ataques sofisticados no próximo ano. Ele cita a capacidade de jailbreak [método desenvolvido por hackers para desbloquear o iPhone] com um simples toque no Jailbreakme.com, abrindo assim o dispositivo para malware.

"A tecnologia Jailbreakme.com pode ser potencialmente utilizável pelos bandidos", diz van Someren. Em outras palavras, aqueles que escrevem códigos maliciosos podem ser capazes de realizar jailbreak em iPhones sem seus donos ter conhecimento da ação.

O pesquisador Charlie Miller desenhou recentemente um aplicativo malicioso que parecia ser uma ferramenta de monitoramento do mercado de ações e ainda assim foi aprovada para ser publicada na App Store. O aplicativo se conecta ao servidor e permite o envio de malwares para o iPhone. Assim, Miller mostrou que aplicativos mal-intencionados podem já existir na App Store.

CIOs em posição difícil
Fornecedores de Android estão trabalhando para eliminar os problemas de segurança. "Vamos ver um número crescente de medidas tomadas por fornecedores como a Google e os vendedores de telefone para bloquear sistemas e torná-los menos vulneráveis aos malwares", diz van Someren.

Muitos CIOs estão impedindo que funcionários conectem seus dispositivos de consumo Android na rede, enquanto esperam que os vendedores tenham aparelhos em linha com a segurança corporativa. A defasagem entre essas duas forças vai colocar CIOs em uma posição difícil no próximo ano.

Basta olhar os donos do Amazon Kindle Fire, um tablet que custa 200 dólares no exterior. Provavelmente, eles vão querer receber pelo menos e-mails corporativos no aparelho, que executa o Android 2.3 Gingerbread OS. Como resultado, o Kindle pode levar problemas para a empresa.

Alguns detalhes técnicos podem impedir que dispositivos móveis causem danos para a rede da empresa. Um dispositivo deve ter a capacidade de criptografar dados, configurar e-mail remotamente, configurar a conectividade segura e estabelecer identidade por meio de um certificado. “O Amazon Kindle Fire, por exemplo, não conta com nenhum desses recursos", diz Rege.

A maioria dos CIOs tem tido uma abordagem conservadora em relação ao Android, mas provavelmente, dizem especialistas, não vão conseguir seguir essa linha por muito mais tempo. "Gostem ou não, os dados empresariais vão saltar para esses dispositivos", aposta van Someren.

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