terça-feira, 19 de junho de 2012

Microsoft lança tablet Surface; Para concorrer com iPad

Tablet Surface cuidará da total experiência do usuário – do hardware ao software; Fernando Belfort, da Frost & Sullivan, propõe futuro bastante promissor para a Microsoft


          A Microsoft anunciou em Los Angesles (EUA) sua mais nova investida no mercado de tecnologia com o anúncio do tablet Surface, que promete lutar lado a lado pelo mercado de mobilidade largamente dominado pela Apple.

          O anúncio, que gerou grandes especulações na última semana tamanho o esforço da Microsoft em tornar secreto o que chamou de o maior anúncio de sua história, foi feito pelo CEO Steve Ballmer, que apresentou as duas versões do Surface, uma com Windows 8 RT (baseado em arquitetura ARM da Nvidia) e outra com o Windows 8 Pro Model.

       Fernando Belfort, analista sênior de mercado da Frost & Sullivan, afirma estar positivamente surpreendido por todo o efeito que o lançamento causou no mercado de tecnologia “ao melhor estilo Apple”. “A Microsoft mostrou que fez a lição de casa e soube chamar a atenção e apresentar o seu tablet da melhor forma possível, causando de imediato um barulho digno dos lançamentos da Apple”, comenta.
Belfort afirma que essa é a oportunidade da Microsoft conseguir colocar em prática um conceito que sempre foi bem aplicado pela empresa fundada por Steve Jobs, que é a união do hardware e do software. “Está é a oportunidade da Microsoft de cuidar da experiência do usuário de ponta a ponta”, avalia.

       Mas as comparações, embora positivas, param por ai. O analista da Frost & Sullivan vê uma oportunidade única de cativar usuários finais e corporativos dentro de uma experiência estendida em diversas plataformas através do Windows 8, que estará presente em desktops, notebooks, ultrabooks, smartphones e tablets. “As possibilidades de integração se tornam infinitas quando o mercado fala a mesma linguagem”, pontua. “Isso para o usuário final é positivo, mas para o mercado corporativo é uma jogada que pode revelar, a médio e longo prazo, uma grande estratégia corporativa de mobilidade.”
O analista conta que teve a oportunidade de experimentar o Nokia Lumia com Windows Phone e afirma ver uma continuidade neste processo de mobilidade. “Esse tablet pode alavancar as vendas de smartphones da Nokia”, avalia. “O layout limpo e básico dos novos sistemas operacionais da Microsoft são atrativos a parte e ganham ainda mais força com uma experiência que sai da mesa do usuário até a qualquer lugar que ele esteja.”

         Outra vertente observada por Belfort que pode mostrar um futuro brilhante para o tablet da Microsoft, é que o Market Place – App Store da empresa de Bill Gates – ganha, por dia, quase 500 aplicativos.


       A briga no mercado corporativo ficou acirrada

       A Apple tem grande adesão no mercado corporativo devido a sua plataforma apresentar uma segurança superior ao restante de seus concorrentes, o que, da visão do Google é o maior problema de seu sistema operacional Android, que enfrenta sérias dificuldades para ganhar espaço dentro das empresas, devido a alta vulnerabilidade.

       Belfort propõe um cenário onde a Microsoft e a Apple brigariam diretamente dentro do mercado corporativo, e o Android cairia em um uso mais entrante, destinado ao usuário final. “É a hora do Google pensar na questão de plataforma aberta sob responsabilidade dos parceiros de OEM”, avalia. “Num primeiro momento, trata-se de uma possibilidade, mas colocando as cartas na mesa e pensando na alta dominância do mundo Microsoft no mercado corporativo e a possível – e provável – integração de todas as plataformas Windows, o Google tem muito a avaliar de sua estratégia de go-to-market para empresas.”
E este é o ponto que também pode apertar bastante o calo do Android. “Se o Surface deslanchar como plataforma amigável e com mais segurança, nada impede que parceiros como LG e Samsung olhem com mais apreço para o sistema operacional móvel da Microsoft”, explica. “Certamente, podemos esperar algo no longo prazo do Google com a compra da Motorola, mas esse longo prazo não pode se estender demais.”

       iPadKiller? “O mercado de tecnologia tem muito disso, de matar as tecnologias que já existem, causando um furor desnecessário. A Microsoft mostra força total na questão de mobilidade e integração da experiência do usuário e pode vir a surfar as mesmas oportunidades da Apple, mas a margem de mercado a favor do iPad é bem larga”, finaliza Belfort.


         Antigas experiências

       Historicamente, a Microsoft não tem um bom desempenho quando o assunto é hardware. Tirando o console de jogos Xbox, muitas das investidas nunca deram grandes resultados e foram rapidamente tiradas do mercado. Questionado quanto a uma possível volta deste cenário, o analista da Frost & Sullivan é bastante pontual em dizer que “a Microsoft não ousaria tanto para perder a curto prazo”. Ele explica: “Tendo em vista tudo o que foi preparado e como foi apresentado, além das próprias especificações do Surface, é mais fácil fazer com que os concorrentes repensem seus aparelhos do que tudo isso seja um tiro no escuro da Microsoft”.
Em 2010, Microsoft e HP lançaram o tablet Slate 500, que além de não empolgar o mercado de tecnologia, foi posto a venda ao preço de 799 dólares e atingiu a incrível marca de apenas 9 mil unidades produzidas. No mesmo ano, a Apple lançou o iPad, que vendeu cerca de 14 milhões de unidades nos primeiros 12 meses. “Acredito que eles tenham aprendido e a proposta do novo tablet se mostra completamente diferente”, compara.


       Um pouco mais sobre o Surface

       O Surface Windows RT terá 9,3 milímetros de espessura, porta USB 2.0, entrada micro SD, carcaça de magnésio, cerca de 680 gramas e tela de 10,6 polegadas, com capa embutida para apoiá-lo – como a smart case do iPad – e teclado touchscreen. Ele será vendido com duas versões de armazenamento: 32 GB ou 64 GB, das quais Ballmer afirmou que chegará a “preços convencionais de aparelhos com tecnologia ARM”.
O Surface com Windows 8 Pro também terá o mesmo tamanho de tela, mas é mais pesado, com 903 gramas, maior espessura, 13,5 mm, e com autonomia de bateria um pouco maior, de acordo com a Microsoft, e usará processadores Ivy Bridge da Intel. Além disso conta com porta USB 3.0. Ele será vendido em duas versões: uma de 64 GB de armazenamento e outra de 128 GB.

0 comentários:

Postar um comentário